Matem os poetas!
⊆ terça-feira, março 21, 2006 por GNM | Poesia . | ˜ 53 comentários »A Daniel Filipe
Nas páginas anteriormente brancas dos livros inúteis,
Nas velhas caixas de recordações de jovens sentimentais,
No tronco apunhalado da árvore centenária do jardim,
Nas últimas folhas dos jornais locais que ninguém lê,
Letras em cadência de verso denunciam a sua existência.
Em letras pequenas
Do tamanho do amor, da esperança, da saudade,
Versos anunciam que uma pequena alcateia de mulheres e homens,
Guiados por corações sem rédeas,
Escreveu sentimentos proibidos
Em horas de solidão,
Inventando uma subversão a que chamam poesia.
Uma alcateia de mulheres e homens livres,
Com fome e sede de infinito,
Soube dar vida a letras esquecidas.
Basta-lhes um sonho.
A noite.
A paixão.
A noite.
A paixão.
A beleza de um olhar reluzente.
Armados com caneta e papel,
Camuflados com um olhar humilde
Que disfarça uma insuportável dignidade,
Mulheres e homens inundam a terra árida do mundo,
Com palavras viciosas sob a forma de poemas.
É urgente travá-los antes da contaminação colectiva,
Antes que a epidemia se espalhe
E a poesia se torne numa doença universal.
Justificam-se medidas drásticas.
O presidente que decrete o estado de sítio.
Alerta vermelho!
Mobilização geral!
Chame-se o exercito, a marinha,
Ordene-se que os navios de guerra estejam a postos,
Os aviões devem carregar mísseis e voar imediatamente,
As forças de segurança devem procurar cidade-a-cidade,
Vasculhar bairro-a-bairro,
Revistar casa-a-casa.
Sem esquecer as escolas, os cafés, os jardins…
Existem penas exemplares para quem não denunciar os criminosos,
A situação assim o exige.
Está em causa o futuro da Humanidade.
O futuro do sistema económico que construímos,
O futuro dos desenvolvimentos científicos e tecnológicos,
O futuro das nossas vidas conquistadas com suor e trabalho.
Não se deixem vencer pelo cansaço:
Encontrem-nos!
Só quando conseguirmos eliminá-los poderemos viver em paz.
Num qualquer local desconhecido,
Mulheres e homens perigosos escrevem poemas.
Descurando as suas tarefas sociais,
Semeiam no mundo hieróglifos compadecidos.
É imprescindível intensificar as buscas.
E ao encontrarem esses infames
Esgrimindo verso após verso de caneta em riste,
Não hesitem:
Disparem!
Mesmo que seja amigo de infância:
Disparem!
Disparem!
Colega de escola:
Disparem!
Disparem!
Jogaram juntos com a mesma bola:
Disparem!
Disparem!
Ofereceu-vos da sua comida quando tinham fome:
Disparem!
Disparem!
É possível que sintam uma compaixão tolerante
Quando os descobrirem indefesos perante a vossa espingarda.
Não se deixem comover:
Apertem o gatilho e calem-nos para sempre!
Para bem do mundo,
Procurem a alcateia de mulheres e homens que inventaram a poesia.
É preciso encontrá-los antes que seja tarde...
11/10/05 8:00 da tarde Este poema é inspirado na fascinante poesia de Daniel Filipe (sem qualquer pretensão de comparação da minha parte). Grande poeta que continua amordaçado entre nós!
Continuem a sorrir!
11/10/05 8:18 da tarde "Souberam dar vida a letras esquecidas."
Epá Gonçalo... Um cadinho forte, tens razão é um doença... Mas eu adoro tar assim doente e k otos tmb o estejam para os podermos ler... A poesia extravasa o k sentimos duma forma...nem sei bem como.
"Guiados por corações sem rédeas,
Escreveram sentimentos proibidos
Em horas de solidão,
Inventando uma subversão a que chamam poesia."
Aki reside a beleza de tudo...
Um sorriso =D e uns bjitos
11/10/05 8:35 da tarde Um bom texto :)
Beijinho
11/10/05 9:01 da tarde Está maravilhoso o que escreveste...vamos morrer todos!! Bolas, claro que não...uma caneta, um papel é por demais importante que qualquer arma! Adorei...beijos
11/10/05 10:59 da tarde Volta sempre!
11/10/05 11:17 da tarde Fantástico!
Cada vez gosto mais de te ler!
Sem exagero ou falsidade!
11/10/05 11:33 da tarde Um texto realmente magnífico...até fiquei arrepiada ao ler a parte do fim!!
Bem...vou esconder-me!! HEHE!!
Sorri e beijinhos :)
Bom resto de semana!!
11/10/05 11:59 da tarde Tenho pouco a dizer, depois de ler "Matem os Poetas"
Por uma simples razão: está lá tudo!
Acrescento; está magnifico!!!
PARABÉNS!
Um Beijo
12/10/05 12:23 da manhã e na mais bela descrição do q éser poeta digo q já é tarde demais...o poeta, a poesia, n contaminou o mundo mas sim as almas q, sedentas de infinito, se alimentam das suas palavras...dos seus mil e um sentidos. bjs***
12/10/05 12:43 da manhã Poemas, gosto de lê-los porém, é tão difícil fazê-los! Parabéns por sua sensibilidade.
Abraços.
12/10/05 1:36 da manhã Um lapso importante e esquecido:
Em cada disparo dessa arma, sai um verso, uma poesia. De dor, de sonho, de vida perdida, de ilusão.
Dispara camarada, até que a arma que hoje empunhas, seja respeitada, e mesmo que te desunhes, nessa alma ensanguentada, que querias livre e pia, não esqueças que a cada disparo,mais não fazes, que reviver a poesia.
Abraço
12/10/05 5:09 da manhã Obrigado pela visita lá no BALAIO DE LETRAS. Volte sempre.
É sempre bom lê-lo.
CC.
12/10/05 8:03 da manhã uma triste verdade...os poetas continuama ser uns marginais à luz do senso comum e do establishment. Bom resto de semana, Bjs e:)
12/10/05 11:41 da manhã Eu por mim já estou morta , pois a poesia não me sai ou melhor a alma de poeta foi-se....mas morreu praseirosamente...
12/10/05 2:12 da tarde gosto do poder subversivo do Amor, em palavras ou gestos
que não há quem amordace por muito tempo...
já coloquei hà tempos um poema dele lá no meu estaminé!
bonito texto este teu
neste repete-se a expulsão do Poeta da cidade....
;)
12/10/05 2:28 da tarde A poesia é a tela dos escritores.
Tudo nela pode ser pintado!
Umpoema violento,lindamente construído.
12/10/05 3:27 da tarde Vim agradecer a tua visita lá ao meu poiso
um abraço
12/10/05 6:40 da tarde Já te devem ter dito o mesmo um montão de vezes mas fica sabendo que és um grande escritor.
Grande mesmo.
12/10/05 10:11 da tarde Soberbo. Ironicamente inteligente.
À medida que ia lendo até pensei ver no final um nome já consagrado.
Mas não, o poema era teu. É teu.
Excedeste-te. Ultrapassaste-te.
É muito raro ver coisas destas, estou sem palavras.
Parabéns pelo esforço da rajada de palavras e ideias deliciosas.
Abraço.
12/10/05 10:22 da tarde eu vou começar por matar quem fez esta música maravilhosa...;) Um abraço
12/10/05 10:29 da tarde Já agora...estiveste a ver o "Equilibrium" :x? Seria uma estranha coincidência se não...
12/10/05 11:17 da tarde Quase tudo foi dito neste poema que selecionou. Parabéns pela escolha. Beijinhos.
13/10/05 11:45 da manhã Magnífico, meu amigo, magnífico!
És, de facto, um poeta.
Mais do que isso, um jovem poeta com um futuro a desbravar e construir poesia de alta qualidade.
Parabéns!
Obrigado pela tua visita ao meu cantinho.
No fim de semana sairá o 1º episódio da minha segunda blogonovela ultra-light e pimba!
Mas com audiência, felizmente...eh eh eh
Abraço
13/10/05 1:48 da tarde como os amantes do Daniel Felipe, claro! gostei. abraços
13/10/05 4:30 da tarde adoro o que escreves
e tuas visitas sao sempre um prazer imenso
beijinhos
13/10/05 5:18 da tarde Ena fiquei espantada assim que acabei de ler o poema...e pensei eu já li isto. Mas não era bem isto... Depois de ler os comentários lembrei-me É urgente o amor...adorei!!!
E o teu tb está muito...mas muito bom.
um beijo da princesa (vou voltar para te ler com calma)
ps obrigado pela tua visita ao meu reino o tapete vermelho fica lá...
13/10/05 7:10 da tarde Entre cadeias de blogues, passeio de um para outro sem qualquer referencia e "cai" aqui...ainda não me refiz da surpresa da excelente qualidade do teu blogue. Há viagens que valem a pena, encontrei aqui o destino ideal. Parabéns.
13/10/05 10:10 da tarde sim! sublime! tenho esse poema do Daniel Filipe no Asas! Mas apenas te inspiraste, o teu está lindo e original.
14/10/05 1:55 da tarde Obrigada pela visita! Estou passando pra deixar um super beijo e desejar ótimo fds!
Agradeço sua atenção!
Mary Help!
18/10/05 11:08 da manhã Está fabulástico GnM!
Dás-me licença de lê-lo em público durante uma sessão de poesia que vai decorrer logo às 21:30 no café concerto da Casa das Artes em Vila Nova de Famalicão?
Está excelente!
E ainda há pouco me disseram que o país não vai para a frente enquanto a classe política for composta por poetas e intelectuais...!
CSD
19/10/05 9:10 da manhã Queres entao dizer que o meu blog não é poetico...sniff...sniff...
21/3/06 6:41 da manhã há se fosse possível..o sonho como pandemia...devolvento um grande beijo....
21/3/06 9:51 da manhã Parabéns! Está belissimo.
Um beijo grande
E para não perderes o fio á meada do virtualrealidade fica o novo endereço
21/3/06 10:28 da manhã Lindíssimo esse poema.
Tu escreves maravilhosamente.
Não sabia que era o Dia da Poesia!
Acho que vou colocar algo por lá no meu!! Infelizmente não sei escrever poesia...
Beijo doce
21/3/06 10:44 da manhã Matem mas eles continuaram a existir... porque a poesia é ar e não se vê, é fogo que queima e deixa o seu perfume, porque poesia é surreal e perfeita nos cantos imperfeitos do mundo.
Haverá sempre poesia até depois da morte dos poetas.
Se os queres matar: não cantes, não vejas, não escutes, não toques, não sintas, não penses, não vivas.
Morrem mais depressa os "normais" que os "Loucos"...
Beijinho e com prazer vivo nas tuas palavras.
Marisela, feliz dia
21/3/06 12:58 da tarde Li, reli e voltei a ler e continuaria por aí fora... nada melhor do q matar os poetas... era a forma de matar a alma do mundo!!! Mas não conseguem ... eles surgem de tds os lados, felizmente!
Parabéns, da serenidade à revolta, está cá tudo!!!
1 beijo
21/3/06 7:42 da tarde felizmente nao pertenço ao Clube dos Poetas Mortos...
Estou viva
e não sou
Poeta
Bora daqui.
21/3/06 8:08 da tarde "A situação assim o exige."
Mais poesia todos os dias.
Tosos os dias da poesia.
Um abraço
21/3/06 8:32 da tarde também gosto de Daniel Filipe!!
A invenção do amor é um poema supremo!
gostei do teu texto!
;)
21/3/06 9:49 da tarde Entrando pela manhã,
lendo a tua poesia
que inspirou
e encheu de alegria...
esta tua fã,
para quem o sonho acabou...
Obrigada e Beijinhos
21/3/06 10:14 da tarde Psst...
Mtos beijos xeios de sorrisos
Oh goto tt de ti meu lindo =D
21/3/06 10:42 da tarde Fizeste-me lembrar "A Invenção do amor" e está tudo dito. Porque me fizeste lembrar de uma forma que verdadeiramente me emocionou. Tu és sem dúvida um poeta!
Beijos
22/3/06 12:09 da tarde :) Gostei menino, gostei bastante :)
Beijinho grande
22/3/06 6:19 da tarde sempre poesia!!!
Bj G.
23/3/06 10:22 da tarde "Matem os poetas"
Ups! Acho que andas a correr perigo de vida...
:) Linda forma de contrariar o que se sente.
Excelente musica que aqui se vive.
beijinho de canela
24/3/06 1:02 da manhã Bonitas palavras as tuas para assinalar o dia mundial da poesia.
Abraço.
24/3/06 10:44 da manhã Já o tinha lido anteriormente...gostei de voltar a ler. Beijinhos e um bom fim de semana :)
25/3/06 6:06 da tarde Nem calculas como fiquei contente de descobrir o teu blog hoje, dia em que vou jantar com alguns dos blogueiros! Para mim o Daniel Filipe foi um dos grandes poetas da nossa língua. Este manifesto pró liberdade, num país acorrentado, marcou muito a minha vida e esta tua versão / resposta está linda.
Lá...onde existe a liberdade total, o Daniel Filipe, ficaria feliz de te ler e eu também fiquei!
Gostei de te conhecer. Hasta siempre!
Um óptimo fim de semana, apesar de, em todas as esquinas da cidade, se estar na eminência de apanhar chuva...mas melhor isso do que sermos perseguidos por um qualquer ditador...para quem o amor era uma ameaça tremenda...
Bjito,
25/3/06 8:31 da tarde Engraçado... quando li este poema de imediato me lembrei dum livro de poemas que em tempos li... "A invenção do amor e outros poemas" de Daniel Filipe... Nem imaginas a semelhança... Um beijinho grande e obrigado pela partilha...
26/3/06 4:55 da tarde sem dúvida que és um poeta
como conheço bem o poema de Daniel Filipe
fizeste com que me lembrasse dele e com saudade
mas aqui, agora e daqui para a frente tenho a certeza: és tu o poeta
parabéns meu querido amigo pela tua bela poesia que me dá tanto prazer ler
beijinhos muitos para ti
lena
2/4/06 5:36 da manhã Onde andava eu?... :(
Há tanto aqui. Mesmo.
E... não tenho medo.
Poesia triunfará enquanto houver quem sinta.
:)
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