Não sei o que queres dizer com glória, disse Alice.
Humpty-Dumpty sorriu, com desprezo. Claro que não, até que eu te diga. Quero dizer "aí tens um belo argumento que te arruma!"
Mas "glória" não significa um belo argumento que te arruma
, objectou Alice.
Quando eu uso uma palavra, disse Humpty-Dumpty, em tom de escárnio, ela significa o que eu decidir que significa, nem mais nem menos.
O problema é, disse Alice, se se pode obrigar as palavras a significar tantas coisas diferentes.
O problema é, disse Humpty-Dumpty, quem manda. Apenas isso.

Lewis Carroll, Alice no país das maravilhas




rascunhos
de
abordagens
(eventualmente)
literárias



GNM


Nasci muito perto do fim dos anos 70. O meu nascimento aconteceu às primeiras horas de um dia gelado de Dezembro, e, desde aí, jamais consegui libertar-me do frio que se fazia sentir naquele dia. A normalidade foi algo que durante toda a vida inconscientemente ansiei, mas sempre recusei. Em criança ela espreitava-me durante a noite, olhando-me do lado de fora da janela. E eu, fingindo não a ver, fechava as cortinas...

Delirando

⊆ segunda-feira, setembro 05, 2005 por GNM | ˜ 12 comentários »

Todas as noites me devora a minha cama.
É uma cama tão triste, tão fria…
Lugar de sonho, tragédia, drama,
Onde deliro até ao raiar do dia.
Desperto sempre louco, baralhado,
Apaga-se-me no sono a fronteira
Entre o mundo sonhado
E a realidade verdadeira.
Esta noite olhei ao alto,
Sonhei-te a voar,
Corri, alcancei-te num salto,
Levei-te comigo p´ro fundo do mar,
Encontrámos uma cidade,
Aquela que me faz viver intensamente,
Onde se mata a sede de liberdade,
Onde eu conseguiria amar docemente.
Habitada por duendes dóceis e audazes,
Vivem felizes: Fizeram as pazes,
Destruíram fronteiras
Rasgaram bandeiras,
Encontrei a liberdade real, finalmente,
A única liberdade é aquela que se sente.
Todas as noites me devora a minha cama...


12 respostas a Delirando

  1. Anónimo Says:
    Olá, gostei dos teus versos. É bom ver pessoas que sabem escrever quando muitos chatos dizem que se escreve mal e por aí adiante. Continua. Se me enviares o endereço completo do teu blogue, e se o permitires, coloco-te nos meus favoritos. Dá uma volta pelo meu poemar. Fica bem. Podes contactar-me em poemar@simplesnet.pt
  2. Anónimo Says:
    gostei muito muito da tua escrita. mesmo com o tempo escaso vou voltar ;) Beijinho *
  3. Anónimo Says:
    Olá!!
    Delirar...... Axo k o faço tds os dias, axo k tds o fazemos nem k seja só um cadinho!!!
    Vou pensar nisso!!!
    Continua tmb a sorrir...... Eu tenho de reaprender
    Bjs pa tu
  4. Marta Says:
    Belo o teu delírio. Beijo
  5. Rosario Andrade Says:
    A unica liberdade é aquela que se sente.
    :-)
    Abracicos!
  6. Cerejinha Says:
    F-A-B-U-L-O-S-O!!!
    Sabes, eu tenho a mania de "roubar textos,ou parte de textos para colocar na minha cerejeira, e qq dia és tu um dos visados...

    :-)
  7. Anónimo Says:
    Hello, vim retribuir e agradecer a tua visita e gostei muito da tua poesia. Delirando está magnifica. Beijo, fica bem
  8. Anónimo Says:
    Olá...

    Perduro porque adoro os teus versos...
  9. Anónimo Says:
    Não há limite para o pensamento...
  10. I Says:
    Olá Extranumerário, Natália correia foi uma mulher muito especial. Muito bela na sua juventude, culta, cheia de imaginação e loucura, paixão pela vida.Viveu intensamente e sempre nos limites.Parece-me também, ao le-la, que sofreu .Nada era bastante para ela.Foi por isso que escreveu assim, daquela maneira.

    Gosto dos teus poemas. São belos e sentidos.

    Não desistas da poesia.
  11. Maria Carvalho Says:
    Ainda bem que nos é permitido sonhar...bonito, gostei.Beijos
  12. ninokaOmocho Says:
    muito lindo o teu poema...muito mesmo. Os meus parabéns. Escreves lindamente.;)

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